segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lição 9 - Elias no Monte da Transfiguração



3 de Março de 2013

Elias no Monte da Transfiguração

TEXTO ÁUREO
"E [Jesus] transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele"  (Mt 17.2,3).

VERDADE PRÁTICA
O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido.

HINOS SUGERIDOS 299, 304, 352

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 17.3 O Messias e a tipologia
Terça - Mt 17.10 O Messias e a escatologia
Quarta - Mt 17.12 O Messias rejeitado
Quinta - Lc 9.35 O Messias esperado
Sexta - Mc 9.12 O Messias humilhado
Sábado - Lc 9.29 O Messias exaltado

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 17.1-8

1 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu 
em particular a um alto monte.
2 E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se 
tornaram brancas como a luz.
3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
4 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos 
aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias.
5 E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz 
que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o.
6 E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto e tiveram grande medo.
7 E, aproximando-se Jesus, tocou-lhes e disse: Levantai-vos e não tenhais medo.
8 E, erguendo eles os olhos, ninguém viram, senão a Jesus.


INTERAÇÃO
Caro professor, nesta lição estudaremos a respeito do profeta Elias no monte da Transfiguração. Este acontecimento teve como objetivo principal demonstrar que Jesus de fato era o Messias esperado. Moisés também apareceu neste episódio. Sabemos que ele tipificava a lei e Elias prefigurava os profetas que predisseram a vinda do Messias. No decorrer da lição, procure enfatizar que embora Moisés e Elias tivessem grande relevância na história do povo hebreu, eles não possuíam glória própria. Ainda que fossem homens fiéis ao Senhor, eram humanos, sujeitos a falhas e erros, porém, eles irradiavam a glória proveniente do Cristo. Que possamos, como Filhos de Deus, regenerados em Jesus Cristo, irradiar também a glória do Profeta de Nazaré.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Descrever o episódio da transfiguração de Jesus.
* Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias.
* Conscientizar-se de que Jesus era o Messias esperado.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introdução da lição escreva a seguinte indagação no quadro de  giz: "O que foi a transfiguração?" Ouça os alunos com atenção, faça as considerações que achar necessárias. Conclua explicando que a transfiguração foi na verdade uma rápida demonstração da glória de Jesus Cristo, o Rei dos reis. A divindade de Jesus foi revelada no monte da Transfiguração. Os discípulos que ali estavam puderam ver o Verbo que se fez carne. Ele é Deus. Infelizmente, na atualidade, muitos não creem mais na divindade de Jesus, por isso, enfatize que Jesus foi cem por cento homem e cem por cento Deus. Sua glória foi manifestada em plena humanidade!

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias. Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, o profeta não aparece aqui como a figura central, mas secundária!  O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré, Jesus. E não mais Elias. Moisés, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto, aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura principal.

I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1. Transfiguração. O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi transfigurado diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto sagrado: "o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz" (Mt 17.2).A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5). Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do Messias, o Filho de Deus.
2. Glória divina. Mateus detalha que durante a transfiguração "uma nuvem luminosa os cobriu" (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento. Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração  (Mt 17.1,2).
SINÓPSE DO TÓPICO (1) A transfiguração provou para os discípulos e para nós aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado.

II. ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO 
1. Tipologia. No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus: "Escutai-o" (Mt 17.5). E Moisés havia dito exatamente estas palavras quando se referia ao Profeta que viria depois dele: "O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis" (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele.
2. Escatologia. Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias. O Novo Testamento aplica a João Batista o cumprimento dessa Escritura: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1.17). Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3. 1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) No evento da transfiguração, Moisés prefigurava a Lei e Elias os profetas.

III. ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1. O Messias esperado. Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque faltava um sinal que para eles era determinante - o aparecimento de Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10).  Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não havia vindo? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias havia sido um profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição,  João prega na transição entre as duas alianças; Elias confrontou reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma forma (Mt 14.1-4). Mais uma vez fica claro: João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.
2. O Messias rejeitado. O texto de Mateus 17.1-8, que narra o episódio da transfiguração, inicia-se com a sentença: "Seis dias depois" (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma sequência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que "seis dias" é uma outra forma de dizer: "uma semana depois". De fato, o texto paralelo de Lucas fala de "quase oito dias", isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O texto, portanto, põe o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28). O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição.
SINÓPSE DO TÓPICO (3) João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.

IV. ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1. Humilhação. Os intérpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10). Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia referente a Elias falava de "restaurar todas as coisas" (Mt 17.11) e os discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11).
2. Exaltação. Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da veracidade da mensagem da cruz: "Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido" (2 Pe 1.16,17).
SINÓPSE DO TÓPICO (4) Jesus deixou claro que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas.

CONCLUSÃO
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus - o Cristo Jesus. Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fl 2.10,11).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsidio Teológico
"Embora a Transfiguração fosse sem dúvida uma maravilhosa revelação da natureza essencial de Jesus, no contexto ela era também uma poderosa manifestação da natureza do reino que o nosso Senhor pretendia estabelecer com a sua morte.
[...] A chave para entendermos o pretenso significado da transfiguração é encontrada em Marcos 9.2, na frase 'seis dias depois'. O que havia acontecido antes dos seis dias?  Jesus havia falado sobre a sua cruz e depois a glória, e feito uma promessa específica: 'Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder' (Mc 9.1).
Não é costume de Marcos indicar um preciso relacionamento entre os eventos. A frase 'seis dias depois' faz íntima ligação entre a transfiguração e a profecia de Cristo sobre a sua morte e ressurreição - e a promessa que fez aos discípulos de que alguns veriam 'o Reino de Deus com poder'" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 115).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsidio Teológico
Embora a transfiguração fornecesse uma confirmação visível da divindade de Cristo, os discípulos, perante os quais Ele havia exibido sua glória, já o havia reconhecido através dos olhos da fé (Mc 8.29). Porém não haviam reconhecido a natureza do seu reino: não entendiam a implicação de tomar a cruz e seguir a Jesus a fim de receberem uma nova vida.
Então Jesus transfigurou-se diante deles e, nessa transformação, eles viram 'o Reino de Deus com poder' (Mc 9.1). Eles viram Aquele que apareceu em sua encarnação como um homem comum, brilhar de repente com um extraordinário esplendor. O que eles viram era uma verdadeira transfiguração - uma transformação revolucionária do estado de um ser para outro. Um estado de ser que indiscutivelmente exibia a glória e o poder de Deus. É isso que a transfiguração redefine o reino para seus discípulos. Quando, depois da morte e ressurreição de Cristo o reino de Deus vier 'com poder', a característica marcante desse reino não será exércitos de anjos marchando para esmagar o poder de Roma. O reino de Deus vem com poder a fim de mudar os seres humanos comuns em seres que escolheram seguir a Jesus. O reino, pelo menos até à volta de Jesus, consistirá em transformação, e não nas conquistas que eles desejavam" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 115).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as
nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 53, p.40.

EXERCÍCIOS
1. Explique os fenômenos da transfiguração descritos nos evangelhos.
R. A transfiguração, aponta claramente para a divindade de Jesus, mostrando que Ele era o Messias esperado
2.De que forma pode ser explicado as aparições de Moisés e Elias no evento da transfiguração?
R. Podemos entender que a presença de Moisés tem uma função tipológica, isto é, a sua missão apontava para Jesus Cristo, assim como a função de Elias estava relacionada à escatologia.
3. Como o fenômeno da transfiguração demonstra que Jesus era de fato o Messias esperado?  
R. Serviu para mostrar que João, o batista, era o Elias profetizado, e que, portanto, o seu aparecimento era uma prova incontestável de que Jesus era o Messias esperado.
4. Como D. A.Carson observa a profecia referente a Elias?
R. A exaltação do Messias revelado na transfiguração, conforme lembrou posteriormente o apóstolo Pedro (2 Pe 1.16-19), era uma prova inconteste da veracidade da mensagem da cruz.
5.Comente, com suas palavras, sobre a exaltação do Messias.
R. Resposta pessoal

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