segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Lição 10 - A Alegria do Salvo em Cristo


8 de Setembro de 2013

A Alegria do Salvo em Cristo 

TEXTO ÁUREO
"Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos"  (Fp 4.4).

VERDADE PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e difíceis, somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.

HINOS SUGERIDOS 139, 141, 186

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 92.1-5 A alegria do Senhor traz gratidão
Terça - Ne 8.8-12  A Palavra de Deus traz alegria
Quarta - Fp 4.4 Alegrai-vos no Senhor
Quinta - Fp 4.4-7 Alegria apesar das circunstâncias
Sexta - Sl 43.4,5 O Deus que nos alegra
Sábado - At 4.24-31 Alegria em meio à tribulação

LEITURA BÍBLICA EM CLASS
Deuteronômio 11.18-21; 2 Timóteo 3.14-17
18 Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na 
vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos,
19 e ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e 
deitando-te, e levantando-te;
20 e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas,
21 para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a terra.
2 Timóteo 3.14-17
14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o 
tens aprendido.
15 E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a 
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

INTERAÇÃO
Paulo enfrentou muitas dificuldades e humilhações no serviço do Mestre. Em 2 Coríntios 11.23-29 ele faz uma pequena relação de algumas das dores e perigos que teve que encarar por amor a Cristo. Todavia, o apóstolo não se deixou abater pelas dificuldades. Ele não permitiu que as aflições roubassem sua alegria. O contentamento de Paulo não dependia das circunstâncias, pois advinha da sua comunhão com Cristo. Quem tem a Jesus tem a alegria da salvação e pode se regozijar em toda e qualquer situação. Na obra do Senhor enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida pelo Eterno nos dá forças para seguirmos em frente. Talvez professor, você esteja enfrentando momentos difíceis em seu ministério de ensino ou em sua família, porém não perca a força nem o ânimo. Confie no Senhor e permita que a alegria dEle inunde sua alma trazendo paz e esperança.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
*Exortar a respeito da alegria e firmeza da fé.
*Compreender que a alegria divina sustenta a vida cristã.
*Conscientizar-se a respeito da singularidade da paz de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor para introduzir a lição reproduza o quadro abaixo de maneira que cada aluno tenha uma cópia.  Em classe, leia juntamente com os alunos, o texto bíblico de 2 Coríntios 11.23-29. Enfatize as muitas provações enfrentadas por Paulo. Depois faça a seguinte indagação: "Como ter alegria em meio à tribulação?" Ouça os alunos com atenção e explique que a nossa alegria independe das circunstâncias externas.  Ela é fruto de Cristo em nós, faz parte da nossa salvação.  Em seguida leia o quadro com os alunos explicando os ensinos bíblicos a respeito da alegria.

OS ENSINOS BÍBLICOS A RESPEITO DA ALEGRIA INCLUEM
(1) A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1 Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; Is 35.10).
(2) A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato de Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21).
(3) A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; 2 Co 12.9).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
Alegria, regozijo e contentamento são expressões comuns ao longo da Epístola de Paulo aos Filipenses. Paradoxalmente, elas revelam o coração do apóstolo na prisão de Roma. Paulo não se desesperou com o seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor. Ele sabia que estava nas mãos de Deus e contentava-se com as notícias de que a igreja de Filipos, fruto do seu árduo ministério, caminhava muito bem. O apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a providência amorosa do Altíssimo.

I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3)
1. A alegria de Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de Filipenses inicia-se com um "portanto", justamente por ser continuação do capítulo 3, quando o apóstolo tratara do perigo dos "inimigos da cruz". Aqui, Paulo diz que os crentes de Filipos são a sua "alegria e coroa" e aconselha-os a continuarem firmes no Senhor (v.1). A permanência dos filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.
2. A alegria nas relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e perfeito na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2). Esse problema estava perturbando a comunhão da igreja e expondo a saúde espiritual do rebanho.
A fim de resolver a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não sabemos) que, com Clemente e os demais cooperadores, procuraria despertar e restabelecer o relacionamento harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique. Como verdadeiro pastor, o apóstolo tratou as duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as tinha em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu apostolado.
3. A alegria de ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo 3 demonstra algo muito precioso para o cristão: a alegria de ter o nome escrito no livro da vida. Paulo menciona tal certeza, objetivando reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer exclusivamente ao Reino de Deus.
Os filipenses tinham cidadania romana porque eram originários de uma colônia do império. Mas quando o apóstolo escreve sobre cidadania refere-se a uma muito mais importante que a de Roma. Nossa verdadeira cidadania vem do céu, e o "mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16). Você tem convicção de que o seu nome está arrolado no Livro da Vida?  Você compreende o valor disso?
SINÓPSE DO TÓPICO (1) O apóstolo não deixou se abater com as tribulações do seu ministério, antes procurou servir ao Senhor com alegria.

II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (4.4,5)
1. Alegria permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega a palavra "regozijar" no lugar de "alegria" (v.4). O que é regozijar-se? É alegrar-se plenamente. A declaração paulina afirma que a fonte da alegria cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com Deus (Rm 5.1,11). Através dEle somos estimulados a permanecer firmes na fé (Rm 5.2). Que alegria!
É a presença viva do Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo 16.7; Rm 14.17; 15.13). Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor (Tg 1.2-4; Rm 5.3). O apóstolo sabia da batalha que os filipenses enfrentavam contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias capazes de criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente reitera aos filipenses: "Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos".
2. Uma alegria cuja fonte é Cristo. A alegria cristã tem como fonte a pessoa bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às adversidades sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de alegrias espirituais (At 16; cf. 1 Ts 2.2). Isso só foi possível pelo fato de ele conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré. Quando o apóstolo foi confrontado interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o "espinho de sua carne", o Senhor lhe respondeu: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Co 12.9a). Após esse episódio, Paulo então pôde afirmar: "De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo" (2 Co 12.9b).
3. Uma alegria que produz moderação. O texto bíblico recomenda que a nossa "equidade [deve ser] notória a todos os homens", pois "perto está o Senhor" (v.5). Na versão ARA, o termo "equidade" é traduzido como "moderação". Ambas as palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade e brandura. Levando em conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à pessoa que nunca usa de retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de sua fé.
O apóstolo Paulo espera dos filipenses autocontrole e não um comportamento explosivo, próprio de pessoas destemperadas ou sem domínio próprio. Ele assim o faz, por saber que, aquele que tem a alegria do Senhor no coração, possui uma disposição amável e honesta para com outras pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas e más. William Barcklay escreve que "o homem que tem moderação é aquele que sabe quando não deve aplicar a letra estrita da lei, quando deve deixar a justiça e introduzir a misericórdia"
SINÓPSE DO TÓPICO (2) Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor.

III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (4.6,7)
1. A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz. Além de gerar equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta contraria a confiança que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz, perturbando-nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do Senhor (v.6), ao mesmo tempo em que confiamos na providência do Pai Celeste.
2. Uma paz que excede todo o entendimento. No versículo 7, o apóstolo fala acerca da "paz de Deus, que excede todo o entendimento". Ficando claro que a alegria e a paz são recíprocas entre si. Não há alegria sem paz interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz vem do próprio Jesus: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá" (Jo 14.27).
Em síntese, a paz de Deus transcende qualquer compreensão humana, pois não há como discuti- la filosófica ou psicologicamente. Há casos em que somente a paz de Deus acalma os corações perturbados. É a paz divina que excede - ultrapassa ou transcende - a todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias.
3. Uma paz que guarda o coração e os sentimentos do crente. Ainda no versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, "guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus". O texto fala de "coração e sentimento", cidadelas dos pensamentos e das emoções que experimentamos no cotidiano.
A paz de Deus é uma espécie de muro em torno de uma casa, objetivando protegê-la dos perigos externos. Ela torna-se um guarda fiel para o crente. Que saibamos, em Cristo, ouvir o belo conselho do sábio: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida" (Pv 4.23).
SINÓPSE DO TÓPICO (3) A paz divina que o Senhor nos concede excede a todo o entendimento, pois não depende das circunstâncias.

CONCLUSÃO
A Carta aos Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor como uma virtude de sustentação da vida cristã. Não se trata de alegria passageira ou meramente emocional. A alegria do Senhor alimenta a nossa alma e produz paz e segurança, porque essa "paz é como uma sentinela celestial" que nos guarda do mal. Ora, a alegria também é "fruto do Espírito" (Gl 5.22), pois a presença dela em nós produz uma vida interior que supera todas as nossas vicissitudes.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. O  termo grego epieikes, equidade, descreve restrição de paixões, sobriedade ou aquilo que é apropriado. Pode significar boa disposição para com as pessoas (cf. Rm 14). Em 1 Timóteo 3.3 e Tito 3.2, a palavra é usada com um adjetivo que significa 'não propenso a brigar'. A ideia é de ser tolerante, não insistindo em direitos próprios, mas agindo com consideração uns com os outros. Em questões que sejam dispensáveis, os crentes filipenses não devem ir a extremos, mas evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns aos outros com indulgência. Perto está o Senhor pode ser aviso que a igreja primitiva costumava usar. Neste caso, Paulo está dizendo: 'Qual é o propósito das rivalidades? Sede tolerantes uns com os outros para que Deus seja tolerante convosco quando o Senhor vier'. A frase também era entendida como promessa da proximidade do Senhor, e interpretada com relação ao versículo seguinte. Não estejais inquietos por coisa alguma [...] Embora possamos planejar o futuro (1 Tm 5.8), não devemos ficar ansiosos quanto a nada (Mt 6.25). O segredo desta qualidade de vida é a oração e as súplicas. 'Cuidado e oração [...] são mais opostos entre si que fogo e água'. Oração é geral e baseia-se nas promessas divinas, envolvendo devoção ou adoração. Súplicas são rogos especiais em tempos de necessidade pessoal e apelam para a misericórdia de Deus"  (Comentário Bíblico Beacon.1.ed. Vol. 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.277).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"Pessoal (4.2,3)
A advertência de Paulo nestes dois versos marca uma ocorrência incomum em suas cartas. É comum o apóstolo enfrentar os problemas, as objeções ou as falsas doutrinas dentro de suas igrejas. Porém, esta é uma das poucas ocasiões onde ele realmente nomeia as pessoas envolvidas (1 Tm 1.20). Na maioria das vezes, Paulo prefere manter os envolvidos em controvérsias no anonimato. O fato de mencionar aqui estes indivíduos reflete a seriedade da situação, seu relacionamento íntimo com os filipenses e sua alta consideração para com as duas irmãs a quem fez este sincero apelo. Obviamente ele considera estas mulheres, bem como o restante da congregação, como suficientemente maduros para lidarem com este assunto publicamente.
Paulo propõe um sério apelo às duas mulheres na congregação em Filipos, Evódia e Síntique (possivelmente diaconisas naquela igreja). As mulheres desempenharam um papel muito importante na fundação daquela igreja na macedônia (veja At 16.14).
[...] Paulo fala com cada uma das mulheres separadamente, possivelmente para mostrar sua imparcialidade na situação.
[...] Estas mulheres, juntamente com Clemente e outros cooperadores, têm combatido com Paulo como se estivessem em um combate de gladiadores (1.27), por amor ao evangelho. Agora, nestas ocasiões em que existem relacionamentos hostis, Paulo pede a este 'verdadeiro companheiro' que seja um parceiro para estas duas senhoras, a fim de trazer uma solução. É significativo que os termos 'cooperadores', 'contender' e 'ajudar' contenham a preposição 'com' (syn), enfatizando o papel vital da comunidade cristã e do trabalho em equipe, no pensamento de Paulo" (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.505).

VOCABULÁRIO
Arrolado: Relacionado em listagem.
ARC: Almeida Revista e Corrigida.
Vicissitude: Instabilidade dos acontecimentos. Eventualidade, revés.
Inamistosas: Hostis, adversárias.
Cidadela: Local seguro.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
RICHARDS, Lawrence O.  Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 55, p.41.

EXERCÍCIOS
1. A quem o apóstolo Paulo se refere como sua "alegria e coroa"?
R. Os crentes de Filipos.

2. Entre quais mulheres estava ocorrendo um problema de relacionamento na igreja de Filipos?
R. Evódia e Síntique.

3. Qual era a cidadania dos filipenses? Mas a qual devemos valorizar?
R.  Os filipenses tinham cidadania romana.  A cidadania que vem do céu.

4. Em sua completude, o que a Carta aos Filipenses destaca sobre a alegria?
R. A alegria divina sustenta a vida cristã. 

5. De acordo com a lição o que a alegria divina é capaz de desfazer e produzir?
R. A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz.



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