domingo, 1 de dezembro de 2013

Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus


8 de Dezembro de 2013
Dia da Bíblia

Cumprindo as Obrigações Diante de Deus

TEXTO ÁUREO
"Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o"  (Ec 5.4).

VERDADE PRÁTICA
A nossa vida de adoração somente será verdadeira quando nos conscientizarmos dos nossos direitos e deveres diante de Deus.

HINOS SUGERIDOS
15, 300, 547

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ec 5.8 Obrigações de natureza política
Terça - Ec 5.1 Obrigações de natureza espiritual
Quarta - Ec 5.2a Reverência a Deus
Quinta - 1 Sm 15.22 Obediência a Deus
Sexta - Ec 5.2b A transcendência de Deus
Sábado - Ec 5.4; 2 Co 6.16  A imanência de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 5.1-5
Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer 
sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma 
diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as 
tuas palavras.
Porque da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo, da multidão das palavras.
Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o 
que votares, paga-o.
Melhor é que não votes do que votes e não pagues.

INTERAÇÃO
Em todas as esferas da vida temos responsabilidades. É na família, no trabalho, na faculdade, nas amizades, enfim; em todos os lugares onde nos relacionamos está o nosso senso de responsabilidade. Com as coisas de Deus não é diferente. Ora, o Senhor nosso Deus é Santo, Amoroso e Misericordioso. Por isso, devemos nos empenhar no compromisso de imitá-Lo, servindo-O de toda mente e coração. A vida com Deus é para ser levada a sério e devemos vivê-la até as últimas consequências. Quando o amor do Pai inunda-nos à alma, não temos dúvida do quanto podemos fazer para Ele e ao próximo que está em torno de nós

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Conceituar as obrigações de natureza político-social e religiosa.
* Explicar as obrigações ante a santidade de Deus (reverência e obediência).
* Compreender as obrigações frente a transcendência e a imanência de Deus.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para introduzir o terceiro e o quarto tópicos que tratam sobre a Transcendência e a Imanência, sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Analise com a classe as definições de "transcendência" e "imanência". Em seguida, explique a relação entre esses atributos. Afirme que o nosso Deus, apesar de ser distinto da sua criação, está presente no mundo. Essa atividade objetiva reforçar a assimilação dos conceitos teológicos pelos alunos. Boa aula!

BREVE EXPLICAÇÃO PARA TRANSCENDÊNCIA E A IMANÊNCIA

TRANSCENDÊNCIA
[Do lat. transcendentia] O que ultrapassa o conhecimento comum, e vai além da experiência meramente humana. A transcendência é um dos atributos naturais de Deus.

IMANÊNCIA
[Do lat. immanentia] Qualidade do que está em si mesmo, não transita a outrem. É o oposto de transcendência. Embora seja Deus transcendente, não se encontra à parte de sua criação; acha-se presente nesta através dos atributos de sua imanência: onipresença, onisciência e onipotência; e por intermédio de seus atributos morais.
A imanência corrobora com a intervenção divina na criação. Seres humanos, a natureza e tudo o que há no mundo pertencem ao nosso Deus. Entretanto, a Sua transcendência não permite que Ele mesmo se confunda com sua criação. O nosso Pai não é a natureza; não é o homem; nem, muito menos, o animal. O nosso Deus é o Criador de tudo! E Ele se relaciona com a sua criação.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
Na lição anterior, vimos que o pregador tratou sobre as coisas que acontecem "debaixo do sol" (Ec 1-4). Ele demonstrou que o conhecimento sem o temor de Deus não é sabedoria, mas loucura. Demonstrou ainda que a busca desenfreada pelo prazer é correr "atrás do vento" e que a aquisição de bens materiais não pode fazer de nós pessoas felizes. E, por último, ensinou que o trabalho, sem a visão objetiva de Deus transforma-se em mero ativismo.
A partir do capítulo cinco, porém, Salomão versa sobre o estilo de vida do adorador consciente dos seus direitos e obrigações diante de Deus. Esse assunto é o que, à luz dos atributos divinos revelados nas Escrituras Sagradas - santidade, transcendência e imanência -, buscaremos compreender. Nesta lição, veremos que as nossas obrigações não se limitam ao "mundo eclesiástico-religioso", mas também ao universo que Deus criou.

I. OBRIGAÇÕES E DEVOÇÃO
1. Obrigações de natureza político-social. Há um ditado popular que diz: "Primeiro a obrigação, depois a devoção". Aqui, há um dualismo que separa a obrigação (vida social) da devoção (vida espiritual), como se ambas fossem duas dimensões distintas. Tal máxima não é bíblica, pois o livro de Eclesiastes denota uma perspectiva completamente oposta (Ec 8.2). As Escrituras orientam-nos a priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a dimensão material em que estamos inseridos (Mt 6.33; 22.21).
Vivemos em um mundo em que há autoridades constituídas e onde, consequentemente, direitos e deveres são estabelecidos. Somos cidadãos e possuímos direitos e deveres para com o Estado. Pagamos os impostos, podemos votar e receber votos. Enfim, não podemos eximir-nos das nossas obrigações para com a nação. A nossa consciência cívica deve ter como base a Bíblia Sagrada.
2. Obrigações de natureza religiosa. Além da nossa obrigação político-social, de natureza cível, há também a de natureza religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da adoração.
A palavra hebraica shachar mantém o sentido de "prostrar-se com deferência diante de um superior" (Gn 22.5; Êx 20.5). É com esse entendimento que Salomão fala da casa de Deus como o local de adoração (Ec 5.1). Construtor do grande templo, ele sabia que essa casa tinha como objetivos centralizar o culto, a fim de assegurar os elementos mais sublimes de sua liturgia: a adoração verdadeira a Deus e a unidade dos adoradores num único povo.
SINOPSE DO TÓPICO (1) As obrigações do crente são de natureza político-social e de ordem religiosa.

II. OBRIGAÇÕES ANTE A SANTIDADE DE DEUS
1. Reverência. Todo culto tem uma liturgia, e não há nada de errado nisso. A palavra liturgia está associada ao culto da Igreja Primitiva. Quando em Antioquia houve uma escolha e separação de obreiros para a obra missionária (At 13.2), Lucas registra o fato utilizando a palavra grega leitourgeo para designar serviço, e dessa palavra vem o vocábulo português liturgia. Esta também faz parte da adoração a Deus.
Salomão sabia disso e advertiu-nos quanto ao cuidado que devemos ter quando entrarmos na casa de Deus (Ec 5.1). Desligue o celular, não masque chiclete, seja reverente! Seja um verdadeiro adorador!
2. Obediência. Obedecer a um conjunto de normas e regras sem atentar para os princípios que o fundamentam é puro legalismo. Não vale a pena observar o preceito sem atentar para o princípio existente por trás dele. O livro de Eclesiastes demonstra isso com clareza (Ec 5.1), pois Deus não se interessa na observância do sacrifício em si, e sim na obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi exatamente isso que o profeta Samuel ensinou a Saul (1 Sm 15.22).
SINOPSE DO TÓPICO (2) A santidade de Deus impulsiona o crente a viver reverente e obedientemente.

III. OBRIGAÇÕES FRENTE À TRANSCENDÊNCIA DE DEUS
1. Deus, o criador. Todas as religiões possuem a noção do sagrado e demonstram respeito por ele. No cristianismo, como no judaísmo, a consciência do sagrado revela-se na manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao homem. O Deus Criador se distingue da própria criação (Dt 4.15-20). A teologia bíblica denomina essa doutrina de "a transcendência de Deus". Deus está além de suas criaturas, como afirma o Eclesiastes: "Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra" (Ec 5.2b). Ele pode humanizar-se, como já o fez (Jo 1.14), mas o homem não pode tornar-se divino. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do céu (Ez 28.1,2; Is 14.12-15).
2. Homem, a criatura. O homem foi criado por Deus como a coroa da criação. Ele não surgiu do acaso nem de uma mistura acidental de elementos naturais. E a nós Deus se revelou, manifestou seus atributos, vontades e apesar de estarmos condenados à morte eterna, Deus proporcionou em Jesus Cristo a salvação que nos era necessária para que passássemos a eternidade futura com o nosso Criador e Redentor.
SINOPSE DO TÓPICO (3) A transcendência divina revela-nos que o nosso Deus é o Criador; o homem, criatura

IV. OBRIGAÇÕES DIANTE DA IMANÊNCIA DE DEUS
1. Deus está próximo. O atributo da imanência divina revela-nos um Deus que se relaciona com a sua criação. Isto significa que o Pai Celeste não é um Deus distante que, após criar o mundo, ausentou-se dele! Pelo contrário, Ele é um Deus presente, participa da sua criação e nela intervém.
O capítulo cinco de Eclesiastes narra Salomão falando do culto a Deus e como o Senhor identifica-se com o homem que lhe oferece adoração, seja aprovando-o ou reprovando-o (Ec 5.4b). Essa mesma verdade é confirmada em o Novo Testamento (2 Co 6.16). A proximidade de Deus com o homem deve fazer-nos melhores crentes e pessoas.
2. O valor das orações e votos. Deus não apenas se faz presente, mas também prometeu abençoar os seus filhos, atendendo nossas orações e súplicas. Isso acontecerá quando orarmos de acordo com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14).
Cientes dessa verdade, os judeus não somente oravam a Deus, como também se empenhavam com votos (Nm 30.3-16; Dt 23.21-23). Não há dúvidas de que o livro de Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas, quando adverte sobre a seriedade do voto (Ec 5.4). Em o Novo Testamento, não encontramos um preceito específico concernente a essa prática, mas o seu princípio permanece válido, pois o cumprimento de um voto, ou de um propósito diante de Deus, é algo que ultrapassa gerações.
SINOPSE DO TÓPICO (4) A imanência divina revela-nos que Deus está próximo e ouve as nossas orações.

CONCLUSÃO
Nesta lição, abordamos as palavras de Salomão no contexto da adoração bíblica. Conscientizamo-nos de que não há adoração verdadeira que não leve em conta as obrigações diante de Deus e dos homens. Se quisermos viver uma vida espiritual plena devemos ter em mente as implicações que a acompanham. De nada adianta termos templos suntuosos, pregadores eloquentes e cantores famosos se não estamos cumprindo as obrigações que uma verdadeira adoração requer.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Vida Cristã
"Adoração centrada em Deus
A adoração centrada em Deus começa com o foco na tremenda revelação de Deus. Este Deus das Santas Escrituras é o Onipotente (Todo-Poderoso) Criador, que falou e tudo veio a existir! Este é Deus, que é Onipresente (presente em todos os lugares), acima de tudo, abaixo de tudo, mas não contido em nada. Deus é Onisciente (sabe tudo), chegando até a enumerar os cabelos de nossa cabeça. Ele conhece nossos pensamentos antes que venham a existir ou tornar-se conhecidos. Deus é santo e habita na luz inacessível de sua própria glória.
Quando nos reunimos para cultuá-lo em adoração, devemos conscientemente começar com esta grande imagem de Deus diante de nós e nos perguntar: Como devemos conduzir nossa vida a cada dia e moldar nossa reunião para glorificar a este Deus? Isto é muito importante para esta presente geração, porque manter em mente esta visão bíblica de Deus enquanto adoramos nos ajuda a evitar a idolatria. Não cometa o erro de pensar que você não é culpado de idolatria, simplesmente porque não se curva diante de ídolos. Somos culpados de idolatria toda vez que pensamos em Deus de forma diferente do que a Bíblia o retrata" (HUGUES, Barbara. Disciplinas da Mulher Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.56-57).

VOCABULÁRIO
Ativismo: Trabalho desenvolvido em meios revolucionários, políticos, estudantis, sindicais; militância.
Dualismo: Princípio comum a diversas religiões e seitas que professam a coexistência irredutível do corpo e do espírito, do bem e do mal.
Legalismo: Tendência a se reduzir a fé cristã aos aspectos puramente materiais e formais das observâncias práticas e obrigações eclesiásticas.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Bíblia de Estudo em Defesa da Fé: Questões reais, respostas precisas, fé solidificada. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 56, p.41.

EXERCÍCIOS
1. O que as Escrituras orientam-nos em relação ao Reino de Deus e acerca da dimensão material?
R. As Escrituras orientam-nos a priorizar o Reino de Deus sem perder de vista a dimensão material em que estamos inseridos.

2. O que significa a palavra "liturgia"?
R.Serviço.

3. Como a consciência do sagrado revelou-se ao homem?
R.  Revelou-se na manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao homem.

4. O que o atributo da imanência divina revela-nos?            
R. Um Deus que se relaciona com a sua criação.

5. Você tem verdadeiramente cultuado a Deus?
R. Resposta pessoal.


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