segunda-feira, 22 de julho de 2013

O QUE O PAPA FRANCISCO VEM FAZER NO BRASIL?




De acordo com o censo do IBGE de 2010, o rebanho do catolicismo atinge 123 milhões de adeptos, no Brasil — um número ainda expressivo, mas que vem diminuindo, nos últimos anos, gerando uma crise profunda e aparentemente irreversível para o romanismo. A grande maioria dos católicos brasileiros é nominal, e uma boa parte tende para a prática do espiritismo. A fidelidade dos católicos também tem diminuído. Há alguns anos, a Igreja Católica exibia em cadeia nacional, na quarta-feira de cinzas, a fala do papa. Hoje, o pronunciamento é gravado, e as emissoras o exibem quando querem.
Nesta semana, o papa Francisco — o argentino Jorge Mario Bergoglio — chega ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude. Seu "staff" já deixou claro que a sua prioridade, ao visitar Brasil, Argentina e Chile, neste ano, é conter o avanço da Igreja Evangélica. Ele tentará convencer os cidadãos brasileiros da importância da Igreja Católica, mostrando a eles que não existe uma diferença essencial ou significativa entre a confissão católica e a evangélica.
Como sempre, a principal razão da visita do papa ao Brasil é avivar o catolicismo, combatendo o extraordinário progresso numérico dos evangélicos, especialmente do segmento neopentecostal. E o simpático papa Francisco pregará no Brasil a velha mensagem ecumênica, na esperança de ver o sonho de seus antecessores Bento XVI e João Paulo II realizado. Estes tiveram o privilégio de presenciar a derrocada do comunismo e o fracasso das fileiras da Teologia da Libertação, mas não conseguiram parar o avanço da fé evangélica no Brasil.
Para alcançar seu objetivo, o romanismo tem empregado duas estratégias: a evangelização entre as comunidades pobres e a tentativa do estabelecimento de uma convivência ecumênica entre evangélicos, católicos e espíritas. A CNBB propaga, há um bom tempo, textos alegóricos em favor do ecumenismo. Em um deles, Jesus visita um centro espírita e, ao deparar-se com uma mãe-de-santo, afirma: “o Reino de Deus já está aqui no meio de vocês”. E ela responde: “Muito obrigada, Jesus! Mas isso a gente já sabia... Você deve ter um orixá muito bom. Vamos dançar, para que ele venha nos ajudar”. Ademais, é grande a aproximação entre astros gospel e cantores da música católica, que cantam juntos em eventos e programas de televisão.
Há quase duas décadas, a imprensa brasileira — especialmente a revista Veja — enfatizava com frequência que os motivos do crescimento das “seitas evangélicas” eram a alfabetização de adultos, o estímulo à leitura, a realização de trabalhos de recuperação de dependentes de drogas e a prestação de ajuda a necessitados. A Igreja Católica, então, passou a assumir um papel semelhante ao dos segmentos evangélicos. E adotou definitivamente a estratégia ecumênica, procurando unir as vertentes protestante, espírita e católica.
Como cristão protestante, penso que os segmentos católico e evangélico jamais se unirão, de fato, haja vista possuírem objetivos, credos e motivações completamente diferentes. O evangélicos adoram ao Jesus da Bíblia, que, para eles, é o verdadeiro Deus e a vida eterna (1 João 5.20). Já os católicos acreditam em um “outro Jesus”, por assim dizer (2 Coríntios 11.4), que recebe menos honra do que Maria. Esta, segundo a Bíblia — fonte primária de autoridade do protestantismo —, foi apenas uma crente fiel agraciada por Deus, que precisava do Salvador (Lucas 1.47), e não mediadora ou redentora (1 Timóteo 2.5).
Portanto, todo esse esforço do catolicismo e do papa para ganhar adeptos de outras religiões, nos últimos anos, leva-nos refletir sobre o que Jesus disse em Mateus 7.13,14. Segundo Ele, a porta para a salvação é estreita, e são poucos os que entram por ela. O ecumenismo da Igreja Católica pode até envolver muitos crentes nominais, porém os fiéis (Salmos 12.1; 101.6) permanecerão firmes; jamais negarão a sua fé, haja o que houver (Apocalipse 2.10; 3.11). Deus não prioriza crescimento numérico (João 6.60-69), a não ser que este decorra da pregação da verdade. O Senhor só tem compromisso com quem está disposto a segui-lo, andando como Ele andou (Lucas 9.23; 1 João 2.6).

Ciro Sanches Zibordi


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