segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Lição 11- Ageu - O Compromisso do Povo da Aliança


Lição 11
16 de Dezembro de 2012

Ageu - O Compromisso do Povo da Aliança

TEXTO ÁUREO
"Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" 
(Mt 6.33).

VERDADE PRÁTICA
A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.

HINOS SUGERIDOS 111, 394, 406

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Cr 36.23 O rei da Pérsia e o Templo
Terça - Ed 3.10 Lançam-se os alicerces do Templo
Quarta - Ed 4.3 A edificação do Templo
Quinta - Ed 4.23,24 O embargo da construção
Sexta - Ed 5.1,2 Reinicia-se a construção do Templo
Sábado - Ed 6.14 A nação prospera pela profecia

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ageu 1.1-9


No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, 
pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho 
de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:


Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo 

em que a Casa do SENHOR deve ser edificada.

Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo:


É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?


Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.


Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; 

vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado.

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.


Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz 

o SENHOR.

Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para 

casa, eu lhe assoprei. Por quê? disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que 
está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa.



INTERAÇÃO
O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: "Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!" Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, "a glória da segunda Casa será maior que a da primeira". Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra.  Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
* Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.
* Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.
* Saber que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Reproduza o esboço da abaixo conforme as suas possibilidades. Utilize-o para introduzir a lição. Explique que o livro do profeta Ageu pode ser divido em duas partes principais: a primeira, "a reconstrução do Templo"; a segunda, "o esplendor futuro do Templo". Dê ênfase à palavra-chave, pois a profecia de Ageu gira em torno deste tema. Conclua dizendo que devemos encarar a nossa responsabilidade na obra de Deus não como um fardo pesado, mas como um grande privilégio.

ESBOÇO DO LIVRO DE AGEU
Parte I – Reconstrução do Templo
(1.1-15)
(1.1).................................Introdução.
(1.2-11)............................Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15)..........................Segundo oráculo: resposta e compromisso.
Parte II – Esplendor Futuro do Templo
(2.1-23)
(2.1-9)..............................Terceiro oráculo: compromisso e promessas.
(2.10-23)..........................Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.

I. O LIVRO DE AGEU 
1. Contexto histórico. No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.
a) Cambises. Ciro reinou até 530 a.C., ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).
b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C.), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como "Dario" (Ed 6.1,12,13).
2. Vida pessoal. Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: "no ano segundo do rei Dario" em 520 a.C. (1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como "profeta" (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).
3. Zorobabel. A profecia de Ageu foi dirigida "a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote" (v.1). Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6, 7; 12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa forma, Jesus é o "Filho de Davi", mas também de Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem. O livro consiste de quatro curtos oráculos. O primeiro foi entregue "no sexto mês, no primeiro dia do mês" (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; o segundo, "no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês" (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o "vigésimo quarto dia do mês nono" (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é a reconstrução do Templo. Dos 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).
SINÓPSE DO TÓPICO (1) O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em Jerusalém.

II.  RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES
1. A desculpa do povo. Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2). O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de "meu povo", referindo-se a eles como "este povo". Em outras palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).
2. Inversão de prioridades (vv.3,4). O oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4). Era uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).
3. Um convite à reflexão. No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.

III. A EXORTAÇÃO DIVINA
1. Crise econômica. O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus (v. 6). Tudo isso "por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa" (v. 9). Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a refletir (v.7).
2. A solução. Nem tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).
3. O Segundo Templo. Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C., "no sexto ano de Dario" (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus.  E assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a da primeira (2.9).
SINÓPSE DO TÓPICO (3) A presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira.

CONCLUSÃO
A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
"Ageu [...]
Ageu censurou os judeus por sua indiferença, e os repreendeu por construírem as suas próprias casas enquanto a casa de Deus era negligenciada. Ele assegurou aos habitantes de Jerusalém que as adversidades que vinham sofrendo eram castigos por sua apatia. Zorobabel foi estimulado a dar a supervisão apropriada à obra que tinham em mãos, e quando parecia que as revoltas na Babilônia podiam ainda ser bem sucedidas, ele parece ter sido considerado como o homem divinamente ungido, que deveria conduzir Judá à independência.
[...] O livro de Esdras passa em silêncio pelo período de cinquenta e sete anos que se seguiram à conclusão do segundo Templo. No império persa, a morte de Dario I, em 486 a.C., foi seguida pela ascensão de seu filho Xerxes (486 - 465 a.C.).
[...] Durante este período, a comunidade judaica lutou, com coragem, para sobrepujar a pobreza com que a terra fora assaltada, e esforçou-se duramente para arrancar alguma prosperidade do solo inóspito. Em outro tempo, porém, a orgulhosa capital ainda carregava os sinais de sua humilhação, e embora o Templo estivesse concluído, a cidade ainda permanecia sem muros" (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.285-86).

VOCABULÁRIO
Hegemonia: Supremacia, superioridade.
Embargo: Impedimento, obstáculo.
Sobrepujar: Exceder, ultrapassar.
Inóspito: Lugar em que não se pode viver

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 52, p.41.

EXERCÍCIOS
1. Quem embargou a construção do Templo de Jerusalém, e quem depois vetou esse embargo?
R. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23). 
2. Quem liderou os remanescentes de Judá no retorno de Babilônia para Jerusalém?
R.  Zorobabel e Josué, filho de Jozadaque. 
3. Qual o tema do livro de Ageu?
R. A reconstrução do Templo
4. O que representa o gesto de desprezo pela Casa de Deus?
R. Representa o gesto de ingratidão do povo judeu.
5.O que fez a glória da segunda Casa ser maior do que a da primeira?
R. A presença de Deus. 

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