História do 8 de março
No Dia 8 de
março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte
americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e
começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na
carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de
trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a
receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de
trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As
mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente
130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na
Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia
Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica
em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi
oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Os fatos históricos
que marcaram as conquistas das mulheres
No Dia Internacional da Mulher, relembraremos as principais
conquistas do movimento feminista.
Símbolo do feminismo:
- A operária Geraldine Hoff serviu como modelo
para J.Howard Miller, que utilizou a imagem como propaganda durante a Segunda
Guerra Mundial. O cartaz converteu-se em um símbolo para as mulheres que
assumiram postos de trabalho em substituição aos homens que serviam às forças
armadas americanas
desenvolvida por dois médicos
americanos, Gregory Pincus e Carl Djarassi, com incentivo da feminista e
ativista social Margaret Sanger e financiamento de Katharine McCormick, uma
rica herdeira industrial.
buscarem desconstruir o papel
então convencionado para a mulher na sociedade. Na foto, Beauvoir se
encontra
com o filosofo francês Jean Paul Sartre (com quem mantinha um relacionamento
aberto) e com o
líder argentino Che Guevara, em Cuba.
- A farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes
exigiu na justiça que seu agressor fosse
condenado. Sua luta virou modelo para
a Lei 11.340 que aumentou o rigor nas punições para violência
doméstica ou
familiar no Brasil.
- A Constituição de 1932 garantiu os primeiros votos de
mulheres no Brasil e 78 anos depois Dilma
Rousseff é eleita a primeira
presidente do país.
O dia 8 de março é um marco na luta pelos direitos das
mulheres ao redor do mundo. Se fosse possível retroceder no tempo e contar para
um cidadão do começo do século 20 que as mulheres, hoje, votam, tem média de
escolaridade maior que a dos homens, governam países e estão inseridas
amplamente no mercado de trabalho, talvez o sujeito não acreditasse no relato.
No entanto, ainda há muito que avançar para se alcançar a
igualdade de direitos entre homens e mulheres. Os dados sobre a opressão
sofrida pelas mulheres é assustador. Segundo pesquisa realizada no ano 2000
pela Comission on the Status of Women da
ONU, uma em cada três mulheres no mundo já foi espancada ou violentada
sexualmente.
Os números no Brasil também são alarmantes. A cada cinco
minutos, uma mulher é agredida no país. Em cerca de 70% dos casos, quem agride
é o marido ou namorado, de acordo com relatório do Ministério da Justiça de 2012.
Os direitos constitucionais ainda não garantem igualdade de
condições para os gêneros. Para entender as diferenças entre homens e mulheres
no mercado de trabalho, por exemplo, a PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios, de 2007, diz que a equiparação de salários só deve acontecer daqui
a 87 anos, para mulheres e homens que executam as mesmas funções. As mulheres,
no caso, ganham menos.
"A data de comemoração do dia das mulheres é simbólica.
No entanto, é uma boa maneira de inserir o debate sobre os direitos das
mulheres e colocar o tema na agenda. Por exemplo, é importante que as políticas
públicas permitam a discussão nas escolas sobre igualdade de condições para os
gêneros", afirma Karina Janz Woitowicz, doutora em Ciências Humanas na
área de Estudo de Gênero da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
A professora Maria Vilani Cavalcanti Gomes, especialista em
Filosofia Clínica, organiza um grupo de professores na E.E Professora Adelaide
Rosa Machado de Souza, Grajaú, São Paulo, para discutir as conquistas da mulher
com os alunos. O projeto interdisciplinar chamado "O feminino e seus
contextos" pretende trabalhar com a turma o atual papel da mulher na
sociedade, preconceitos de gênero, história da mulher indígena, entre outros
assuntos.
Historicamente, as mulheres foram autorizadas a frequentar a
escola no Brasil apenas em 1827, quando uma lei no período imperial
permitiu-lhes o acesso à Educação. No entanto, a lei garantiu acesso apenas às
escolas elementares.
Escritoras como Simone de Beauvoir e Betty Friedan ganharam
espaço por buscarem desconstruir o papel então convencionado para a mulher na
sociedade.
Um caso emblemático desse período aconteceu no dia 7 de
setembro de 1968, quando centenas de mulheres de vários partes dos Estados
Unidos saíram às ruas de Atlantic City e protestaram contra os estereótipos
femininos e a "ditadura da beleza". A ideia era fazer uma queima
coletiva de sutiãs. No entanto, o plano não foi concretizado.
No Brasil, a autora Céli Regina Pinto, no livro "Breve
história do feminismo no Brasil", descreve duas fases do movimento no
país: "feminismo bem-comportado" e "feminismo
mal-comportado".
Na primeira fase, entre o final de século 19 até o início do
século 20, em 1932, as mulheres conquistam o direito de votar. A bióloga Bertha
Lutz é a principal articuladora feminista do período.
A segunda fase, entendida como "mal-comportada",
foi marcada por mobilizações contra a ditadura, quando muitas mulheres
brasileiras foram exiladas. Nesse período, as mulheres tiveram uma participação
efetiva nas lutas pela democracia, mobilizadas para as causas gerais (fim da
ditadura) e para causas específicas (pelo combate à violência doméstica, pela
construção de creches para os filhos das trabalhadoras e pelo direito ao
aborto).
Ao longo das décadas, o Brasil conquistou muitas vitórias na
luta contra a violência domiciliar. Em 1985, foi criada a primeira delegacia da
mulher. Quase dez anos depois, a Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da
Penha, aumentou o rigor nas punições para violência doméstica ou familiar.
Hoje, agressores de mulheres podem ser presos em flagrante ou ter prisão
preventiva decretada. Além disso, a lei prevê medidas como a saída do agressor
do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher agredida e dos filhos.
A violência contra as mulheres ainda encontra apoiadores de
forma velada na sociedade ou explícita em redes sociais. Luzinete Simões Minella,
professora do programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), explica que uma grande questão atual na luta
por direitos é a conscientização sobre os preconceitos. "A misoginia, por
exemplo, é muito maior que simples preconceito, é o ódio ao sexo feminino. Essa
forma de pensar alimenta a ideia de alguns estereótipos e impede mais
conquistas das mulheres"
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conquistas das mulheres no Brasil
Veja como as mulheres foram ganhando seu espaço mundo afora,
conquistando seus direitos enquanto atrizes de uma história que costuma
privilegiar o gênero masculino. Neste artigo, vamos abordar as conquistas
históricas das mulheres no Brasil. Estas conquistas são importantes, mas não
podemos esquecer dos abusos e injustiças sofridos pela mulher, muitos em nosso
país, e que precisam ser erradicados.
- 1822: Maria Leopoldina Josefa Carolina, arquiduquesa da
Áustria e imperatriz do Brasil, exerce a regência, em 1822, na ausência de D.
Pedro I, que se encontrava em São Paulo. A imperatriz envia-lhe uma carta,
juntamente com outra de José Bonifácio, além de comentários a Portugal
criticando a atuação do marido e de dom João VI. Ela exige que D. Pedro
proclame a independência do Brasil e, na carta, adverte: “O pomo está maduro, colhe-o
já, senão apodrece”.
- 1827: surge a primeira lei sobre educação das mulheres,
permitindo que freqüentassem as escolas elementares; as instituições de ensino
mais adiantado eram proibidas a elas.
- 1879: As mulheres têm autorização do governo para estudar
em instituições de ensino superior; mas as que seguiam este caminho eram
criticadas pela sociedade.
- 1885: A compositora e pianista Chiquinha Gonzaga estreia
como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”. É a primeira mulher no
Brasil a estar à frente de uma orquestra. Precursora do chorinho, Chiquinha
compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a primeira marcha
carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”. Escreveu ainda 77 peças teatrais.
- 1887: Formou-se a primeira médica no Brasil: Rita Lobato
Velho. As pioneiras tiveram muitas dificuldades em se afirmar profissionalmente
e algumas foram ridicularizadas.
- 1917: A professora Deolinda Daltro, fundadora do Partido
Republicano Feminino em 1910, em plena República Oligárquica, lidera uma passeata
exigindo a extensão do voto às mulheres.
- 1927: O Governador do Rio Grande do Norte, Juvenal
Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o direito de voto às
mulheres. O primeiro voto feminino no Brasil – e na América Latina! – foi em 25
de novembro, no Rio Grande do Norte. Quinze mulheres votaram, mas seus votos
foram anulados no ano seguinte. No entanto, foi eleita a primeira prefeita da
História do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município de Lages – RN.
- 1932: 24 de Fevereiro Getúlio Vargas, no início da Era
Vargas, promulga o novo Código Eleitoral, garantindo finalmente o direito de
voto às mulheres brasileiras. A primeira atleta brasileira a participar de uma
Olimpíada, a nadadora Maria Lenk, de 17 anos, embarca para Los Angeles. É a
única mulher da delegação olímpica.
- 1933: Nas eleições para a Assembléia Constituinte, são
eleitos 214 deputados e uma única mulher: a paulista Carlota Pereira de
Queiroz.
- 1937/1945: O Estado Novo criou o Decreto 3199 que proibia
às mulheres a prática dos esportes que considerava incompatíveis com as
condições femininas tais como: “luta de qualquer natureza, futebol de salão,
futebol de praia, pólo, pólo aquático, halterofilismo e beisebol”. O Decreto só
foi regulamentado em 1965.
- 1948: Depois de 12 anos sem a presença feminina, a
delegação brasileira olímpica segue para Londres com 11 mulheres e 68 homens.
- 1960: Durante o Período Democrático, a grande tenista
brasileira, a paulista Maria Esther Andion Bueno torna-se a primeira mulher a
vencer os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland
Garros e US Open). Conquistou, no total, 589 títulos em sua carreira.
- 1979: Eunice Michilles, então representante do PSD/AM,
torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de Senadora, por falecimento do
titular da vaga. A equipe feminina de judô inscreve-se com nomes de homens no
campeonato sul-americano da Argentina. Esse fato motivaria a revogação do
Decreto 3.199.
- 1980: Recomendada a criação de centros de autodefesa, para
coibir a violência contra a mulher. Surge o lema: “Quem ama não mata”.
- 1983: Surgem os primeiros conselhos estaduais da condição
feminina (MG e SP), para traçar políticas públicas para as mulheres. O
Ministério da Saúde cria o PAISM – Programa de Atenção Integral à Saúde da
Mulher, em resposta à forte mobilização dos movimentos feministas, baseando sua
assistência nos princípios da integralidade do corpo, da mente e da sexualidade
de cada mulher.
- 1985: Surge a primeira Delegacia de Atendimento
Especializado à Mulher – DEAM (SP) e muitas são implantadas em outros estados
brasileiros. Ainda neste ano, com a Nova República, a Câmara dos Deputados
aprova o Projeto de Lei que criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. É
criado o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), em
lugar do antigo Fundo de Contribuições Voluntárias das Nações Unidas para a
Década da Mulher.
- 1988: Através do lobby do batom, liderado por feministas e
pelas 26 deputadas federais constituintes, as mulheres obtêm importantes
avanços na Constituição Federal, garantindo igualdade a direitos e obrigações
entre homens e mulheres perante a lei.
- 1990: Eleita a primeira mulher para o cargo de senadora:
Júnia Marise, do PDT/MG. Zélia Cardoso de Mello é a primeira ministra do
Brasil. Ela assume a pasta da Economia no governo de Fernando Collor (1990-92).
- 1993: Assassinada Edméia da Silva Euzébia, líder das Mães
de Acari, o grupo de nove mães que ainda hoje procuram seus filhos, 11 jovens
da Favela de Acari (RJ), seqüestrados e desaparecidos em 1990. Ocorre, em
Viena, a Conferência Mundial de Direitos Humanos. Os direitos das mulheres e a
questão da violência contra o gênero recebem destaque, gerando assim a
Declaração sobre a eliminação da violência contra a mulher.
- 1994: Roseana Sarney é a primeira mulher eleita
governadora de um estado brasileiro: o Maranhão. Foi reeleita em 1998.
- 1996: O Congresso Nacional inclui o sistema de cotas, na
Legislação Eleitoral, obrigando os partidos a inscreverem, no mínimo, 20% de
mulheres nas chapas proporcionais.
- 1996: A escritora Nélida Piñon é a primeira mulher a
ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras. Exerce o cargo até 1997
e é membro da ABL desde 1990.
- 1997: As mulheres já ocupam 7% das cadeiras da Câmara dos
Deputados; 7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras brasileiras (302). O
índice de vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para 12%, em 96. a
presidir a sessão do Congresso Nacional.
- 2003: No Brasil do século XXI, Marina Silva, do Partid
- 1998: A senadora Benedita da Silva é a primeira mulhero
dos Trabalhadores (PT) do Acre, reeleita senadora com o triplo dos votos do
mandato anterior, assume o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula.
- 2010: Dilma Rousseff, é eleita a primeira presidente
mulher do Brasil.
Pb. Eliezer Moura Google.com |
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